Probióticos para crianças podem ser importantes aliados do bom funcionamento do intestino e também da formação de um poderoso sistema imunológico.

Probióticos para crianças: quais os benefícios e como usar no dia a dia

  • Flora Intestinal

Probióticos são microrganismos vivos, as chamadas "bactérias do bem", que ajudam na digestão dos alimentos e ainda podem contribuir para combater os germes que causam doenças1. Mas eles são indicados para todas as idades? Há probióticos para crianças?  

Vamos responder essas e outras dúvidas sobre crianças e probióticos.

Probióticos para crianças são uma boa ideia?

O microbioma do corpo humano é composto de bactérias, fungos e vírus. Os probióticos podem ajudar a manter o equilíbrio certo para você seguir saudável1,2. 

Conhecidos como “bactérias boas”, eles atuam principalmente equilibrando a flora intestinal, combatendo, assim, a disbiose. Também influenciam a absorção de nutrientes e, como já citamos, oferecem benefícios na digestão e na defesa contra agentes que causam males para a saúde1,2.

Já existem muitos estudos em bebês e crianças com probióticos em condições específicas de saúde3,4, e como a ciência está sempre em evolução, mais estudos estão por vir para nos ajudar a entender cada vez mais o papel dos probióticos no desenvolvimento dos pequenos.

Diversos estudos são promissores quando falamos do uso de probióticos por crianças. No entanto, ainda não há conclusão científica ou mesmo um consenso.

De acordo com a American Academy of Pediatrics, depois de uma revisão de estudos, há indícios de que probióticos para crianças no início do quadro de diarreia causada por gastroenterite viral aguda seja benéfico. Em lactentes e crianças pequenas saudáveis, a duração da diarreia, dependendo da cepa de probióticos, diminuiu em um dia3.  

Ainda segundo a instituição, há pesquisas sobre o uso de determinados probióticos por crianças com doenças atópicas. A flora intestinal infantil desses pequenos é diferente, em termos de presença de bactérias, em comparação a de crianças sem doenças atópicas. Por isso, tem-se avaliado se o uso de probiótico nesse caso pode ser, de fato, algo benéfico3.

Probióticos para bebês

Existem pesquisas também que analisam se é possível cuidar da flora intestinal infantil com probióticos desde o comecinho da vida. Um estudo publicado no periódico JAMA Pedriatrics levanta a possibilidade dos probióticos ajudarem bebês menores de três meses com cólicas, por exemplo4. 

Aqui vale entender um pouco sobre a microbiota dos pequeninos. Quando ainda é um feto, o intestino é estéril. Quando nasce, o bebê desenvolve a imunidade por vias diferentes. No parto vaginal, a imunidade é adquirida pela mucosa vaginal de sua mãe. Na cesárea, pelas bactérias do ambiente5. 

Para completar, o tipo de alimentação também está diretamente ligado à composição da microbiota. O aleitamento materno oferece um tipo de bactérias e o artificial, outro. Mas, uma vez instalada, por volta dos 18 aos 24 meses, essa microbiota tende a ser estável durante toda a vida5.

Dar probióticos para bebês pode ajudar a reduzir cólicas, mas o aleitamento materno e a introdução alimentar que vão formar a microbiota até os 24 meses.

Voltando a falar de probióticos para bebês, especialmente quando se pretende utilizá-los para a prevenção de determinadas doenças, um caminho é incluí-los no período de lactação. Assim, essas bactérias boas irão fazer parte da microbiota definitiva dessa criança5. 

Uma vez estabelecida a microbiota, a influência dos probióticos está muito atrelada ao seu tempo de uso. Para se obter uma mudança efetiva na microbiota, por exemplo, é preciso que o uso de probiótico seja diário, contínuo e indefinido5.  

Vale reforçar que o uso de qualquer tipo de medicação e suplementação deve ser acompanhado pelos olhos de um médico de confiança.

Quando é o momento de dar probióticos para as crianças?

Ainda são necessários novos estudos e pesquisas, principalmente sobre o uso prolongado de probióticos na infância2, mas, como vimos, temos bons indícios até aqui.  

Em caso de qualquer dúvida, o melhor caminho é sempre consultar o pediatra.

Alimentos probióticos e prébióticos

Falamos muito de probióticos para criança e citamos alguns exemplos de suplementação, mas a alimentação também pode ser fonte de probióticos e de prebióticos para os pequenos1,2 - e para os adultos também.  

Manter uma alimentação saudável é um dos pilares para ter qualidade de vida, manter o equilíbrio da microbiota e a integridade da mucosa do intestino6.

Para cuidar da flora intestinal infantil é essencial introduzir alimentos probióticos e prebióticos, como iogurtes, queijos, cereais e vegetais frescos.

Alguns exemplos de alimentos probióticos são:

  • iogurte1,2,6;
  • kefir1,6;
  • kombucha1;
  • queijos fermentados2;
  • picles1;
  • pães de fermentação natural6.

E há diferença entre probióticos e prebióticos, viu? Os prebióticos são substâncias que não podem ser digeridas e servem como alimento para as bactérias boas5,6. E saiba que os primeiros prebióticos que entram na alimentação são aqueles presentes no leite materno5.  

Os prebióticos estão naturalmente presentes em alimentos de origem vegetal, como batata yacon, alho, cebola, banana, tomate, cevada, centeio, soja, grão-de-bico, chicória, aspargos, alcachofra, inhame, biomassa e farinha de banana verde6. 

Também são necessárias mais pesquisas para entender qual é o melhor caminho, se a suplementação ou a alimentação. Em linhas gerais, o ideal é buscar nutrientes com alimentação equilibrada, mas nem sempre as crianças conseguem consumir tudo o que é necessário ou aceitam bem esses alimentos1,2.  

No final, é interessante tentar seguir uma alimentação saudável. E se surgir qualquer dúvida, seja sobre dieta ou sobre probiótico para crianças, consulte o médico pediatra.