Pólipos intestinais: o que são, como surgem e quais os sintomas

Os pólipos intestinais são encontrados em cerca de 30% dos adultos entre 45 e 50 anos e precisam ser rastreados para diminuir o risco de complicações, como a evolução para o câncer1.

Acompanhe o artigo para entender o que são pólipos no intestino, quais os tipos, o que pode provocar esse quadro e mais.

O que são os pólipos intestinais?

Pólipos intestinais são pequenas lesões que surgem no intestino grosso (cólon e reto) por conta do crescimento anormal da mucosa. Os cromossomos de células dessa “parede” sofrem mutações, e essas elevações começam a aparecer2.

O formato dessas elevações varia. Os pólipos no intestino podem ser baixos e planos ou até mesmo altos, parecidos com um cogumelo. Eles podem surgir em qualquer parte do órgão2.

Pólipos intestinais podem aparecer em várias partes do intestino

Com isso em mente, talvez você esteja se perguntando “pólipo no intestino é grave?”. Bem, apesar de geralmente serem inofensivos, com o tempo, alguns pólipos intestinais podem se transformar em câncer — daí a importância de sempre acompanhar a evolução dessas estruturas2,3.

Fique tranquilo porque explicaremos todos os detalhes a seguir!

O que causa pólipos no intestino?

Como já dissemos, os pólipos intestinais são causados pela produção anormal de células na região. Quando o revestimento do intestino é renovado, pode acontecer uma espécie de “pane”, que faz com que essas células cresçam mais rapidamente, provocando o surgimento dessas protuberâncias4.

São diversos os fatores que podem levar ao surgimento de um pólipo intestinal1:

  • histórico na família de pólipos intestinais ou câncer no intestino1,4;
  • ter doenças inflamatórias intestinais, como Crohn ou colite ulcerativa1;
  • idade avançada1;
  • estar acima do peso1;
  • fumar1;
  • consumir álcool em excesso1;
  • ser sedentário1;
  • comer alimentos processados e muita carne vermelha1.

Tipos de pólipos intestinais

Os pólipos no intestino podem ser classificados em três categorias principais5:

  • pólipos adenomatosos (adenomas): são chamados de “condição pré-cancerosa” por conta do risco de se transformarem em câncer colorretal. Os três tipos de adenomas são tubulares, vilosos e tubulovilosos5;
  • pólipos hiperplásicos e pólipos inflamatórios: esses são mais comuns e não costumam ser pré-cancerígenos. Mas quem tem pólipos hiperplásicos grandes, com mais de um centímetro, pode precisar de triagem de câncer colorretal com colonoscopia com mais frequência5;
  • pólipos serrilhados sésseis e adenomas serrilhados tradicionais: são tratados como adenomas por apresentarem maior risco de evoluir para câncer colorretal5.

Quais são os sintomas do pólipo intestinal?

A maioria das pessoas que têm pólipos no intestino não vivencia nenhum sintoma. É aí que mora o perigo: você pode não saber que tem um pólipo no intestino até descobri-lo em exames de imagem, por exemplo2,3.

Mulher sentido dores abdominais. Pólipos intestinais podem causar diversos incômodos

No entanto, algumas pessoas com pólipos intestinais podem apresentar:

  • fezes com muco2;
  • mudança na cor das fezes (estrias vermelhas ou cocô com coloração preta)3;
  • sangramento retal3;
  • prisão de ventre ou diarreia que dura mais de uma semana3;
  • dor abdominal, semelhante à cólica3;
  • anemia por deficiência de ferro3.

Como os pólipos intestinais são descobertos?

Quando há suspeita de pólipos no intestino, é possível investigar sua presença a partir dos seguintes exames:

  • colonoscopia: um tubo fino e flexível com uma câmera acoplada é introduzido pelo ânus para visualizar todo o intestino grosso e retirar possíveis pólipos para análise1,2;
  • sigmoidoscopia: é parecido com a colonoscopia, mas indicado apenas para examinar a parte inferior do intestino grosso (reto e cólon sigmóide) — ou seja, a visualização é limitada1,6;
  • tomografia computadorizada: também conhecido como colonoscopia virtual, o exame gera imagens do intestino em várias perspectivas para ajudar a detectar pólipos, tecidos inchados e úlceras6;
  • enema baritado: exame de raio-X especial em que um contraste é injetado por via retal para mostrar as paredes intestinais2;
  • exame de fezes: uma amostra do cocô é analisada para testar sangramentos ou alterações genéticas que podem sugerir a presença de pólipos intestinais e câncer. Se o teste for positivo, a colonoscopia pode ser indicada pelo médico para validar o diagnóstico1,2.

Tratamento para os pólipos intestinais

De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a melhor forma de tratamento consiste na remoção total dos pólipos encontrados durante os exames. Na sequência, eles devem ser enviados para análise laboratorial2.

Imagem de um endoscópio retirado um pólipo intestinal durante exame

Vale ressaltar que é possível remover a maioria dos pólipos durante o exame de colonoscopia, embora algumas lesões, a depender do seu tamanho e de outras características, só possam ser eliminadas com cirurgia2.

Existem remédios caseiros para pólipos no intestino?

Nada disso. Pólipos no intestino precisam de acompanhamento especializado. Em casa, você pode adotar um plano alimentar que traga benefícios para a saúde intestinal e para a microbiota, ampliando o consumo de frutas, verduras e outros alimentos com fibras7.

Também é interessante limitar o consumo de itens muito gordurosos, como frituras; carnes vermelhas e carnes processadas (bacon, salsicha…). Outra dica: procure sempre gerenciar seu peso7.

Os pólipos intestinais podem voltar?

Não é comum, mas pode acontecer, mesmo se o pólipo for totalmente removido. Há também riscos de aparecerem novos em locais diferentes, o que pode ocorrer em 30% dos casos2.

Pólipos no intestino podem virar câncer?

Como já mostramos por aqui, alguns tipos de pólipos, como os adenomatosos, têm maior risco de evoluir para um câncer no intestino, ainda que isso possa demorar anos5.

Outros fatores também podem aumentar essa probabilidade:

  • pólipo maior que um centímetro5;
  • rastreio de mais de três pólipos5;
  • detecção de displasia (outra condição pré-cancerosa) após a remoção de pólipos5.

Por todos esses motivos, o acompanhamento periódico é altamente recomendado e deve ser realizado com intervalos definidos pelo seu médico2. Cuide do seu intestino e da sua saúde!

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