mulher sobre a cama com sintomas de sonolência

Sintomas da falta de vitamina D

Sua ausência gera alguns sintomas bem clássicos, como fraqueza muscular, dores crônicas, sonolência e fadiga. Mas há até sintomas emocionais, como quadros de irritabilidade e depressão ou queda de cabelo, e ainda outros sintomas metabólicos e sociais, como baixa resposta imunológica e alterações no sono. 1

O indivíduo que está em falta de vitamina D ainda pode sofrer de pressão alta, gripes, resfriados e outras infecções respiratórias recorrentes, além de claro, alterações na densidade óssea e no cálcio. 1

Essa falta pode se dar pela baixa exposição ao sol, muito comum em populações de países mais frios. Mas a alimentação também pode influenciar e há ainda casos de pessoas com dificuldade de absorção da vitamina D. 1
 

ilustração do intestino

A relação entre vitamina D e nosso intestino

Para além das atuações mencionadas anteriormente da vitamina D dentro do nosso organismo, há uma específica que vem sendo bastante estudada: seu desempenho no nosso trato gastrointestinal. Como em quase todas as áreas da medicina, essa é mais uma que consegue traçar uma correlação com nosso intestino, órgão tão importante que vem sendo apontado até mesmo como nosso segundo cérebro por vários estudiosos. 2
 
Pesquisadores e colaboradores da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriram recentemente em homens mais velhos que a composição do microbioma intestinal de uma pessoa está ligada aos seus níveis de vitamina D ativa, um hormônio importante para a saúde óssea e imunidade. 2

Os estudiosos revelam terem ficado surpresos ao descobrir que a diversidade do microbioma – ou seja, a variedade de tipos de bactérias no intestino de uma pessoa, como te explicamos aqui – estava intimamente associada à vitamina D ativa, 2

E, como sabemos, uma maior diversidade do microbioma intestinal está associada a uma melhor saúde em geral. 2

Um outro estudo, que analisou amostras de fezes e sangue de 567 homens, com idade média de 84 anos e a maioria relatou estar com boa ou excelente saúde, buscou identificar e quantificar os tipos de bactérias em cada amostra de fezes com base em identificadores genéticos exclusivos. 2

Além de descobrirem uma ligação entre a vitamina D ativa e a diversidade geral do microbioma, os pesquisadores também observaram que 12 tipos específicos de bactérias apareceram com mais frequência nos microbiomas intestinais de homens com muita vitamina D ativa. A maioria dessas 12 bactérias produz butirato, um ácido graxo benéfico que ajuda a manter a saúde do revestimento intestinal. 2 

Um outro estudo, dessa vez brasileiro, divulgado na revista Metabolism, sugere que os níveis de vitamina D circulantes no organismo podem influenciar o perfil da microbiota intestinal e, consequentemente, o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas. 3

O artigo apresenta apenas indícios sobre a existência dessa relação – o que ainda precisa ser confirmado por investigações mais aprofundadas. 3

As conclusões estão baseadas na análise dos dados de 150 voluntários entre 20 e 30 anos (91% do sexo feminino) que estão cursando ou já concluíram a graduação em Nutrição. O primeiro passo foi descobrir se existia uma relação entre ingerir uma quantidade maior de alimentos ricos em vitamina D e apresentar um maior nível do nutriente na circulação sanguínea. 3

Após dosar essa concentração do nutriente no sangue dos participantes e avaliar seu padrão alimentar, o grupo concluiu que de fato havia uma associação entre maior ingestão de alimentos ricos em vitamina D e níveis circulantes mais elevados. 3

Com base nos resultados, os participantes foram divididos três grupos: o primeiro com níveis insuficientes de vitamina D; o segundo com concentrações intermediárias, dentro do mínimo recomendado; e o terceiro grupo com as concentrações mais altas, no qual estavam inseridos participantes que faziam uso de suplementos polivitamínicos. 3

O passo seguinte foi comparar o perfil de saúde dos três grupos, levando em conta fatores como índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura, pressão arterial, glicemia e sensibilidade à insulina. 3 

Em nenhum desses aspectos foi notada alguma diferença significativa, mas foi observado que os participantes com maior nível de vitamina D circulante apresentavam no sangue uma quantidade menor de lipopolissacarídeos LPS, que são moléculas presentes na superfície de algumas bactérias do trato intestinal. 3 

De acordo com os pesquisadores, a  composição da microbiota intestinal tem sido associada ao desenvolvimento de doenças – não apenas as infecciosas como também aquelas que têm relação com uma inflamação de pequeno grau. É possível que a vitamina D tenha alguma participação nesse processo, mas ainda é muito cedo para apontar uma relação de causa e consequência. 3 

Para isso, dizem os pesquisadores, seria necessário fazer um estudo de intervenção, ou seja, comparar grupos que ingerem diferentes quantidades do nutriente por um longo período e observar o impacto na microbiota. 3

Onde encontrar vitamina D

Se você é uma pessoa acostumada a fazer check-ups - o que é um ótimo hábito - logo saberá em um simples exame de sangue se está com falta ou não. Caso não seja essa pessoa, a falta da vitamina D implicará nos sintomas que mencionamos no começo do artigo, então você irá procurar por um médico somente com a suspeita dessa falta, que irá ser comprovada ou não por exames laboratoriais. 4

Uma vez confirmada a falta, é preciso entender se ela se dá por falta de exposição ao sol - responsável pela metade desse caminho em busca de vitamina D -, por uma alimentação pouco balanceada, por alguma dificuldade do seu próprio corpo em absorvê-la ou até por uma questão de predisposição genética. 4

A verdade é que o motivo não importa tanto, mas é preciso correr atrás do prejuízo.. 
Você pode, por exemplo, fazer uma caminhada ao sol para repor esses níveis de vitamina e buscar mais vitamina D nos alimentos. 4

Veja a seguir onde encontrar vitamina D:

  • Salmão 4
  • Truta “arco-íris” 4
  • Cogumelos como shiitake, portobello, morel e chanterelle 4
  • Gema de ovo 4
  • Atum em lata 4
  • Sardinhas 4
  • Queijo suíço 4
  • Óleo de bacalhau 4
  • Leite 4
    1. Vitamin D: Harvard T.H. Chan.. Disponível em: <https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/vitamin-d/>. Acesso. Dec.2022.

    2.  Study Reveals Connection Between Gut Bacteria and Vitamin D Levels: US San Diego Health. Disponível em: <https://health.ucsd.edu/news/releases/Pages/2020-11-30-study-reveals-connection-between-gut-bacteria-and-vitamin-d-levels.aspx>. Acesso. Dec.2022.

    3. Níveis de vitamina D podem afetar microbiota intestinal: Jornal da USP. Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/niveis-de-vitamina-d-podem-afetar-microbiota-intestinal/>. Acesso. Dec.2022.

    4. 8 Fantastic Foods to Boost Your Body’s Vitamin D (Plus Recipes!): Healthline. Disponível em: <https://www.healthline.com/health/nutrition/vitamin-d-foods#Supplements-101:-Vitamin-D>. Acesso. Dec.2022.


     MAT-BR-2206779 - Dezembro/22